sexta-feira, 6 de julho de 2012

Adeus

Terça-feira, 14 de agosto de 2011
Querido Mário:
São quatro da manhã e eu não consigo dormir. Muito típico de mim, como sabes. Com isto, decidi responder à carta que mandaste há uns meses e, sinceramente, não percebi o motivo de o teres feito. Poderia mandar-te uma carta a dizer que podemos ser amigos, mas estaria a ir contra os meus princípios, portanto não o farei. Assim mando-te esta carta mostrando a minha opinião. Não gostei do que fizeste. Deixaste-me, depois de tudo o que passamos juntos. Não te desejo mal. Mas se o nosso amor tivesse sido apenas um caso de anos, podes ter a certeza que não era a felicidade que te desejaria. Quando esta carta te chegar às mãos perceberás que tenho um vazio que não pode ser preenchido. Não te amo. Esqueci-te porque sei que mais tarde ou mais cedo terás alguém junto de ti. Não são ciúmes. É desprezo, vergonha. Desprezo da pessoa que irá preencher o meu lugar no teu coração. Vergonha por ainda não ter casado. Os sentimentos que demonstro aqui podem ser um pouco contraditórios, por isso, quero pedir-te que não me escrevas mais. Nem sequer te dês ao trabalho de responder a esta carta. Será inútil. Não voltes cá a casa. Apaga o meu número de telemóvel por favor. Eu já apaguei o teu. Por fim, quero que saibas que não foste só um namoro. Ajudaste-me. Contigo percebi que não posso agarrar-me demasiado as pessoas, senão enlouquecerei. Digo isto porque penso que é isso que me está a acontecer. Acabo esta carta com lágrimas no papel. Não sei a razão. Mas hei-de descobrir e então encontrarei alguém que me faça feliz. Adeus.
Lúcia
Adoriabelle